Assistimos esta semana a mais um episódio de violência, desta feita uma agressão de um jogador a um árbitro. Passando à frente a toda já esperada condenação do acto que terminaria sempre com o expressar de uma forte esperança de que o jogador em causa sofra uma pena exemplar para que nada disto se repita, trato logo de analisar uma questão muito mais profunda a meu ver. Afinal, o que origina este tipo de episódios? É já uma moda bater nos árbitros? Se é, não o devia ser. Se começar-mos a "escavar" este grande problema encontramos logo à superficial da questão a imagem que todo o mundo do desporto tem dos árbitros: ainda nem começaram a apitar e já estão a ser insultados pelos adeptos. Este é o 1º justificativo: a forma como os árbitros são visto pelos restantes envolvidos no mundo do desporto, seja adeptos, jogadores, dirigente, todos. Claro que desta primeira razão para estas imperdoáveis situações não podemos dissociar a mentalidade dos adeptos: a maior parte dos adeptos que se deslocam aos pavilhões não sabem ver futsal; não sabem analisar um lance de forma imparcial e muitas vezes instigam à violência dentro das quatro linhas. Isto constituí o 2º factor. O 3º destes factores são os jogadores: como em todos os desportos há bons e maus desportistas; pessoas que não sabem perder, ou perder com fair-play e que procuram sempre razões externas para o seu falhanço individual ou colectivo. Mas seria muito vago ficar-me pelos factores externos aos árbitros. O 4º factor, a meu ver, são os próprios árbitros. Antes de avançar com o desenvolvimento do próximo ponto, que pode ferir algumas "susceptibilidades" , reforçar a ideia de condenação de qualquer acto de violência, seja em que circunstância for. Agora, admitamos algo que é factual: a arbitragem está pelas ruas da amargura, muito fruto do descrédito proporcionado por episódios como o desta semana. De facto existem bons árbitros, excelentes árbitros que realmente se empenham em desempenhar as suas funções de uma forma digna e honesta. Porém estes são uma grande minoria. A maioria sobre de défices de competências e de falta de profissionalismo e honestidade. Muitos dos "senhores do apito" estão a arbitrar jogos e a gozar com o esforço e dedicação dos atletas ao mesmo tempo. Muitos dos "senhores do apito" prejudicam deliberadamente determinadas equipas. Não me peçam para expor as razões porque isto acontece. A verdade é que estar num jogo ao fim de semana, depois de uma semana de trabalho duro e ver esse trabalho ir todo por água abaixo por causa de duas pessoas que estão ali a fazer um favorzinho e a receber uns troco, é algo difícil de aguentar em muitas situações. Muitos argumentam que se os jogadores falham, os árbitros também podem falhar. Claro, mas não pode ser sistemático! Outros dizem que os árbitros estão nos jogos para "aprender" tal como os jogadores. Ora, esta tese é para mim difícil de defender: os árbitros não estão nos jogos para aprender, por isso é que tiraram um curso! Um jogador também não vai para um jogo treinar passes e remates, simplesmente mostra o que vale! O mesmo tem de se passar com os árbitros, o problema é que valem pouco. Considero ainda existir um 5º factor: e este tem sede de culpa nas instituições (associações, federações...) que monitorizam os árbitros. A qualidade da arbitragem está nos níveis que está pela falta de avaliação aos árbitros, pela falta de boa formação em muitos casos e pela pouca protecção que em vários casos é dada aos árbitros. Pois se um jogador agride um árbitro é algo de um processo, fica uns meses sem jogar e depois volta, e quem sabe até reencontra o mesmo árbitro. É necessário alterar esta situação para um futsal melhor.
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