
Sempre com os nervos à "flor da pele", irreverente no seu "ritual" de entrada dentro de campo, regressou aos Cem Paus 4 anos após a sua formação de 6 anos no clube. Entrou para os Juvenis, foi capitão, era "titularissimo" na baliza, até que decidiu, para muitos inexplicavelmente, abandonar a equipa dos Cem Paus. Decidimos assim, entrevistar Gustavo Pereira e tentar descobrir um pouco mais sobre o que esteve na origem da sua saída.

[BLOG] Começamos , talvez, pela pergunta que todos nós, adeptos do clube, queremos ver respondida: o quê é que o levou a abandonar a equipa?
[GUSTAVO] Penso que tive essa necessidade e tive de o fazer por uma série de circunstâncias que acabaram por surgir e que colocaram em causa a minha posição e continuação na equipa. A dignidade e a honra são aspectos que muito prezo e ao ver estes aspectos serem colocados em causa, não me foi possível continuar. Não escondo que saio triste e desiludido com algumas pessoas.

[GP] Não me parece que seja importante falar disso agora. O que lá vai, lá vai e importante é o futuro. Estar aqui a expor o que se passa ou o que se passou dentro do balneário e no seio da equipa, apenas por já não fazer parte dela, não me parece que seja muito correcto, nem o pretendo fazer. Acho que fiz o que estava correcto, porém isso nem sempre é o melhor...
[B] Confirma que, anteriormente, já tinha demonstrado vontade em sair? Isso ocorreu pelos mesmos motivos que o levaram a sair agora?
[GP] Sim, é verdade. Quando manifestei pela primeira vez vontade em sair, acabei por voltar atrás, algo que raramente faço, isto porque me foi pedido pela equipa técnica e eu acedi ao pedido. Porém os motivos foram distintos. Desta vez, os motivos foram outros e houve uma situação que foi o "ponto final".

[GP] Sinceramente, não. Não vale a pena, nem seria ético da minha parte estar aqui a expor a equipa e a mandar, como se diz na gíria, "postas de bacalhau". Tenho pena de sair da equipa, principalmente pelas amizades que fiz e outras que reencontrei, pelo que aprendi, pelos momentos bons e maus dentro de campo... O resto não importa.
[B] Passando agora à análise da época e da situação da equipa neste momento. O que acha que falhou?

Agora respondendo à sua pergunta, eu acho que todos falhamos. Os jogadores falharam, os treinadores falharam, eu falhei, os árbitros falharam... todos falhamos. Mas também não adianta andarmos tentar encontrar "bodes expiatórios" para os nossos erros. Cada um falhou e cada um ainda vai a tempo de corrigir os seus erros, pois ainda há muito campeonato pela frente.

[GP] De facto, fomos muito prejudicados em alguns jogos. A equipa não está no lugar onde está por causa da arbitragem, mas ajudou em muito. Não só pontualmente, como psicologicamente. Há árbitros que não sabem, claramente, arbitrar; há outros que, e para mim isso ainda é pior, "gozam" com o trabalho dos atletas.
Em relação à segunda pergunta, claro que considero. Mas deixe-me dizer-lhe que aquele tipo de atitudes não é algo "normal" na minha pessoa. Não é tentar justificar, mas essas duas atitudes ocorreram depois de arbitragem de literal "gozo" para com a nossa equipa. e para com o nosso esforço. E eu isso não podia tolerar. Porém, obviamente que considero desprestigiante, principalmente porque era capitão.
[B] Já que toca nesse ponto, porquê que perdeu a braçadeira?
[GP] Não "perdi" a braçadeira, simplesmente foi decidido que a braçadeira passaria a ser "rotativa". Os capitães mantiveram-se, a braçadeira é que nos jogos rodava, simplesmente isso.
[B] Qual foi para si o melhor jogo da equipa?
[GP] Difícil... O melhor resultado foi, talvez, o empate frente ao Cave. O melhor jogo terá sido, acho, frente ao Alfa em nossa casa. Fizemos um "jogaço", mas não nos deixaram vencer. Mas tivemos outros: as vitórias frente ao Barranha, frente ao Arcozelo e frente ao Teibas, foram vitórias de raça e de querer. Saí desses jogos orgulho da equipa.
[B] E o pior?
[GP] Sem dúvida, frente ao Jaca. A meu ver, o "feitiço virou-se contra o feiticeiro"... Todos estivemos mal.

[GP] Sinceramente, não me "aquece" o ego. Se houve jogos em que fui decisivo, também houve outros em que não estive tão bem. Recordo-me do jogo frente ao Guifonense em que fiz uma excelente exibição durante toda a partida, mantendo o resultado em 0-1 a nosso favor, e a 5 minutos do fim, sofro um golo onde sou completamente mal batido e isso valeu-nos o empate... por isso, quando ganhamos, ganhamos todos, quando perdemos, perdemos todos. Não pode haver "estrelas" dentro de uma equipa.

[B] Como é agora ver os jogos na bancada?
[GP] Estar dentro do campo é mau, estar no banco é péssimo, estar na bancada é mais que terrível. São uns nervos...
[B] Tem algo que gostasse de dizer à equipa?

[B] E à equipa técnica?


[B] E agora, umas palavras para os adeptos.
[GP] Continuem a apoiar a equipa. Para eles é muito importante, e eu sei do que falo. Estar no campo e ouvir o apoio que vem da bancada é algo de outro nível. Tenham alguma moderação , e agora refiro-me também a este blog, nas críticas e comentários que fazem. Nunca se esqueçam que, para o bem e para o mal, eles ainda são "criança" (algumas já grandinhas, é certo) e é necessário algum cuidado nas palavras.
[B] Para terminar, faço-lhe uma última pergunta: pensa em voltar aos Cem Paus?

[B] Obrigado, Gustavo.
[GP] Obrigado eu.
E pena que por uma criança e so por essa criança ser filha so treinador a equipa tenha perdido um Homem e um grande guarda-redes. Quem devia de ter saido não era o gustavo, era outra pessoa... mas um são FILHOS e outros enteados...
ResponderEliminarO empate que é falado pelo gustavo é frente ao Santana e não o Guifonense, contra esses os juvenis ganharam.
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